terça-feira, 30 de abril de 2019

Eu li o livro e mesmo assim não sei quem é a Alasca

A pergunta que não quer calar é: por que eu sempre faço as coisas de última hora? Talvez porque eu goste da emoção de ter que fazer as coisas às pressas? É, talvez seja isso mesmo. E cá estou eu para trazer mais um post do Together, aquele projeto maravilhoso na qual faço parte e dou meu máximo para participar todo mês (mesmo que de última hora). O tema da vez é infâmia literária: abrir o nosso nobre coraçãozinho em uma postagem sobre um livro que nos deixou frustado. Eu pensei seriamente em falar sobre A fuga de Edgar, que eu comprei pensando ser tão bom quanto Sangue na Toneira, mas não passou de uma lástima para minha humilde vida de leitora. Contudo, repensei sobre minhas leituras e resolvi falar sobre um livro que reli não faz muito tempo: Quem é você, Alasca?

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Eu tive uma crise ou a crise me teve?

Sexta-feira passada eu tive uma crise fodida e, por mais que eu tenha pensamentos ruins rondeando minha mente em breves momentos do meu dia, aquele dia em específico foi difícil para o meu psicológico. Dois dias antes, na quarta-feira de madrugada, eu resolvi "terminar" (não sei se esse é o termo certo para se usufruir, já que eu resolvi finalizar algo que se quer havia começado) com a garota com quem eu estava saindo. Lembro de ter enviado meia dúzia de mensagens para ela, primeiramente perguntando se ela estava ocupada e posteriormente dizendo que eu estava com medo de que acontecesse alguma coisa com ela. No final, ela me ligou e eu comecei a chorar. Foi duro admitir não só para ela como também para mim mesma que eu não gostava dela no sentido amoroso. Eu me senti horrível por não retribuir os sentimentos de alguém quando eu poderia claramente retribuir. No final, ela disse que não gostaria que eu me afastasse dela  por causa disso porque eu era muito especial para ela. Até o dia de hoje, não havíamos trocado nenhuma mensagem. Não lembro ao certo o que aconteceu na quinta-feira, mas eu estava bem. Sexta-feira o dia já começou errado porque eu acordei atrasada para ir à psicóloga, porém, enquanto eu me arrumava, eu decidi voltar a dormir e faltar a consulta. Resultado: voltei a dormir ao meio-dia e pouca para acordar às duas da tarde. Minha psicóloga me mandou uma mensagem e eu respondi pedindo desculpas por ter faltado, e foi quando começou tudo aquilo de novo. Eu me deitei na cama e pensei sinceramente em nunca mais me levantar dali. Passei boa parte do meu dia deitada, questionando o porquê da minha existência, até que minha vizinha chegou e eu pensei que eu precisava me salvar antes que eu fizesse algo contra mim mesma. Então resolvi me refugiar na casa da minha vizinha e acabei desabafando com ela. Disse que eu estava triste, disse que eu havia "terminado" com a garota com quem eu estava saindo e disse que queria fazer "aquilo" de novo. Ela se assustou e perguntou o porquê e eu disse que não sabia e, até agora, eu realmente não sei. Fiquei conversando com ela até minha mãe chegar e, pouco depois da minha mãe ter chegado, viemos aqui em casa. Minha mãe fez sopa de lentilha para o jantar e eu nunca me repreendi tanto por ter virado lentilha em cima do fogão e da minha própria mão. No final, voltei para o quarto e chorei tudo o que tinha que chorar no travesseiro. Revirei de um lado para o outro e molhei tanto aquela merda que eu pensei seriamente que aquilo estava meio úmido. Meu pai chegou e perguntou se eu estava mal por causa da garota com quem eu estava saindo e eu disse que não, mas ele acariciou meus fios e disse que nem todos os dias são felizes, assim como nem todos são tristes. No final, ele me trouxe uma garrafa d'água e o comprimido cor-de-rosa que, supostamente, me impede de fazer besteiras. Lembro de ter dormido tarde aquele dia, além de ter acordado cedo no dia seguinte para ir ao cinema ver Vingadores: Ultimato. Hoje senti vontade de fazer "aquilo" novamente. A amiga da minha mãe me repreendeu quando eu disse isso e ela perguntou se eu queria que meus pais ficassem tristes, ou que minha vó ficasse triste, ou qualquer membro da minha família ficasse triste por minha causa. Eu não quero que ninguém fique triste. Eu não quero ficar triste, mas se a vida é tão bela assim, por que ela não me parece tão atrativa assim? No final, eu tive uma crise ou a crise me teve?

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Sobre consultas na psiquiatra, coxinhas de copo do centro e brechós do Instagram

Hoje eu fui à psiquiatra. A consulta era em Porto Alegre, às dez e quarenta da manhã, fato que me fez acordar às oito da manhã de uma sexta-feira com a mínima vontade de ir ao médico. Eu e meus pais pegamos o ônibus às nove e quinze, e lá fomos nós em direção à capital. Chegamos lá era em torno de umas dez horas. Eu e meu pai fomos ao médico enquanto minha mãe foi trabalhar. Não sou muito fã de consultas médicas, mas eu gosto de ir à psiquiatra. Conversamos sobre tudo o que aconteceu nos últimos três meses. A minha formatura, o fim do meu relacionamento, o começo de outro, o sentimento de que estou fazendo algo errado ao gostar de uma garota; falamos sobre tudo isso. Ela diz que tenho esse sentimento de que algo está errado porque relações homoafetivas ainda não são vistas como algo completamente "normal" pela sociedade e que o pior preconceito que podemos ter é com nós mesmos. Isso fez com que eu pensasse que, mesmo depois de ter me assumido como bissexual para os meus pais há quase quatro anos, a única pessoa que ainda não aceita isso sou eu mesma. E acho que ainda vai demorar um pouco para eu digerir de vez o fato de que gosto de meninas. Mesmo tendo me descoberto aos quinze anos, sinto que a bissexualidade ainda é algo novo para mim. É algo na qual eu ainda não sei por completo, mas mesmo assim não gosto de ouvir certos comentários sobre minha sexualidade, como o fato de que é "mais fácil" eu me relacionar com alguém porque eu tenho o dobro de opções, ou que bissexuais não são confiáveis para manter um relacionamento. Acho que o B do LGBTQ+ ainda não têm tanta visibilidade quanto deveria. Por outro lado, fui direto do centro de Porto Alegre para o centro da minha cidade e acabei almoçando por lá. Comi um copo médio de coxinhas de frango, queijo e carne. Fiz meu caminho até a psicóloga na companhia de um copo cheio de coxinhas. Chegando lá, esperei uns dez minutinhos e entrei na bendita sala branca na qual faço terapia. Falei para ela que eu tinha ido à psiquiatra de manhã, sem ignorar o fato dela ter comentado que daqui alguns meses poderíamos diminuir as doses dos meus medicamentos, e contei as novidades da semana: falei sobre a vaga de auxiliar de biblioteca da Cesuca e sobre a impressão que eu tinha de que não tínhamos nada para conversar, já que minha vida andava totalmente parada. No final, acabamos jogando UNO enquanto conversávamos. Depois, saí do consultório e fui à loja da amiga da minha mãe, pois eu estava com saudades de passar minhas tardes lá, então por que não fazer uma visita? Acabei encontrando uma outra amiga minha lá e passamos um bom tempo conversando sobre a vida e tudo mais. Final da história: cheguei lá duas e meia e só saí de lá às cinco. A amiga da minha mãe me trouxe em casa. Quando cheguei, lavei a louça da pia enquanto ouvia música (cantarolei minha playlist do Youtube composta inicialmente por Devilish do Chase Atlantic, Talking Body da Tove Lo, Counting Stars do OneRepublic e Youngblood do 5 Seconds Of Summer) e, após minha mãe ter chegado, dei comida para os seres de quatro patas na qual divido o teto. Ah, outra novidade: criei um brechó no Instagram. Ele se chama Old Alaska. Por enquanto, só postei três peças, mas pretendo garimpar mais roupas por aí para vender. Bom, essas foram as novidades do meu mundinho. Muito obrigada a você que leu até aqui. Espero que você esteja tendo um bom final de semana.

terça-feira, 9 de abril de 2019

E se eu trabalhasse numa biblioteca? Seria um privilégio ou mais um trabalho qualquer?

Pois é, meus caros, Katherine e a saga das vagas de trabalho continuam. A vaga da vez é para auxiliar de biblioteca em uma faculdade na cidade vizinha. Fica a uns três quilômetros da minha casa. Falando de um jeito bem gravataiense, fica a seis paradas de distância de onde eu moro. Estou confiante. Acho que tudo que envolva livros é algo na qual eu me sinto minimamente confiante. Já falei para duas da minhas amigas sobre eu ter mandado meu currículo para essa vaga e cada um deles teve uma reação diferente. Um delas disse que esse seria o meu emprego clichê dos sonhos; já a outra, despejou tantas energias positivas em cima de mim que, se eu for chamada para um entrevista, faço questão de agradecer a ela. É clichê dizer dizer uma coisa dessas, mas se eu vou conseguir esse emprego ou não é uma questão que só será respondida com o tempo. Me desejem boa sorte, galera. Enfim, esse foi um mini update sobre o que anda rolando no meu mundinho. Espero que você esteja tendo uma boa semana.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Às vezes eu penso se sou corajosa o bastante para amar você

Estamos conversando bastante ultimamente, mas ainda não sinto aquele sentimento de coração cheio. Isso é um mau sinal? Meu melhor amigo me disse que alguns relacionamentos não começam com grandes paixões, mas isso me preocupa. Será que eu não gosto de você o suficiente? Porque eu tenho a impressão de que você já gosta de mim mais do que deveria e a base de um relacionamento deve ser feita por ambas as partes. Não posso deixar que você sustente nossa relação sozinha. Eu só me interessei amorosamente por um total de cinco garotas em toda a minha vida e eu não quero que aconteça nada de mau com você por estarmos juntas. Aquele dia em que eu beijei você na entrada do parque eu fiquei com medo. Eu temia que alguém falasse algo sobre nós; que alguém nos apartasse pelo simples fato de uma garota estar beijando outra garota; mas, no final, nada aconteceu. Continuamos conversando abraçadas e selando nossos lábios como se não houvesse nada de errado nisso. E não havia. Parando para pensar, acho que ainda não me acostumei com o fato de que eu gosto de meninos e de meninas. Eu pensei que fosse aprender melhor a lidar com isso com o passar dos anos, mas sinto como se eu estivesse me aceitando cada vez menos. Eu sei que minha bissexualidade é algo que eu não posso negar a mim mesma, mas por que eu insisto em me sentir tão estranha? Sinceramente, acho que estou amedrontada. A propósito, lembra quando eu disse que não lembrava de nenhuma música quando se tratava de nós? Acho que eu menti para nós duas. O refrão de Brave Enough permanece nítido em minha mente quando se trata de nós duas. Não há como negar que às vezes eu penso se sou corajosa o bastante para amar você.
Com amor, Katherine.