quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Sobre crises, cadernetas e fotos polaroid

Ontem eu entrei no site do ProUni para ver quantas bolsas de estudo há no curso de Escrita Criativa da PUCRS: a resposta é 2. Só há 2 bolsas de estudos integrais que abrangem a ampla concorrência para a curso de Escrita Criativa da PUCRS. Depois, entrei no site do SiSU e vi que fiquei em 20º lugar em Análise e Desenvolvimento de Sistemas no IFSUL e 204º lugar em Ciência da Computação na UFRGS. Falei sobre isso com meu namorado e comentei que já estava ficando sem esperanças, até que ele perguntou se eu não gostaria de tentar de novo ano que vem e, sinceramente, depois de ter lido aquela mensagem, eu pensei seriamente que estava prestes a ter mais uma crise. Acho que posso dizer que foi só um susto, por mais que eu tenha pensado em mil coisas que não deveria graças a maldita baixa tolerância à frustração. Estava esperando as cadernetas que comprei pela internet chegarem e bom, elas chegaram. Elas são lindas, tanto que postei uma foto delas nos stories do Instagram e dei um breve spoiler do destino que uma delas teria: ela se transformará em um scrapbook, que será um presente para o meu namorado em um futuro não tão distante. Pretendo escrever cartas, trechos de música e colar fotos polaroid como se fosse um livro de memória e bom, esse é o propósito do scrapbook. Minhas únicas preocupações no momento são conseguir dinheiro para comprar uma washitape com o objetivo de colar as fotografias na caderneta, revelar as fotos no formato polaroid (achei uma loja na internet que revela as fotos por R$0,80 a unidade, mas o número mínimo de fotos por pedido é 16), conseguir escrever e transcrever todas as cartas para a caderneta antes do dia dos namorados. Felizmente, tenho pouco mais de 4 meses para fazer com que tudo isso aconteça. Espero conseguir cumprir minha missão, assim como espero que você esteja tendo uma boa semana.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O legítimo "let it go": uma lista por Kathhi Steam

Eu já disse que eu adoro fazer listas? Pois saibam que eu adoro fazer listas e a proposta do Together para esse mês não poderia ter sido melhor: basicamente, trata-se de elaborarmos uma listinha daquilo que queremos nos livrar em 2020. Pelo que me lembre, eu nunca cheguei a fazer lista de desapegos, só lista de desejos (wishlist), lista de metas, lista de músicas (playlist), lista de coisas para fazer (to do list), lista de compras e lista de livros que eu gostaria de comprar, mas acho que posso dizer que desde os meus 11 anos passei a ser adepta às listas. Como estamos em 2020, o famigerado twenty-twenty, pensei em listar 20 coisas nas quais desapegar esse ano, mas como 20 é um número muito grande, eu dividi ele por 4 e optei pelo 5.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Confusões de uma garota que planta paranoias pt.1

Eu vivo plantando paranoias, isso não há como negar, mas o fato da minha menstruação ter atrasado fez com que eu idealizasse o pior pesadelo que eu poderia imaginar: gravidez. Imaginem: eu, Katherine, 19 anos, sem nem ter entrado na faculdade e não tendo o mínimo do que poderia ser considerado uma condição financeira para sustentar uma criança, grávida? Sem contar que algumas semanas atrás eu tinha passado mal e isso só reforçou o fato de que sim, eu estou grávida. Porém, a resposta para essa questão estaria nos exames de sangue que eu fiz a pedido da médica que eu consultei no meio de dezembro, mas eu estava olhando a papelada dos exames e eles não incluíam o de HCG, que seria o exame que confirmaria minhas suposições. Por fim, após ter consultado com a médica pela segunda vez para ver o resultado dos exames, dei as caras com algo que fez com que eu finalmente caísse na real em relação a minha (péssima) alimentação: estou com anemia. Ela disse que não era algo grave, já que o número mínimo que deveria ter no exame é 12 e o meu deu 11; eu ainda poderia reverter o processo. Por fim, pedi para que ela deixasse que eu fizesse o exame de HCG somente para me acalmar e bom, ela deixou. E lá fui eu na recepção do consultório pedir um orçamento do exame de HCG. No dia seguinte, acordei às 10 e pouca e às 11:10 já estava retirando um tubinho de sangue do meu braço. A moça que me atendeu disse que o resultado poderia ser retirado lá no consultório a partir das 17:00 do mesmo dia, ou eu poderia ver o resultado no site usando o login e a chave descritos no papel sobre as especificações do exame. Acabei voltando para casa, almocei sem muita vontade (porque o fato de eu estar com anemia praticamente me obrigava a comer alguma coisa) e fui à psicóloga. Falei para elas minhas preocupações mais recentes: o resultado dos exames de sangue, a consulta e todas as minhas preocupações relacionadas à minha possível gravidez. Saí de lá com um peso a menos na consciência. Cheguei em casa por volta das 15:20 e eu, curiosa, resolvi olhar o site para ver se o resultado do exame estava disponível e lá estava ele. Tentei abrir o arquivo pelo celular, mas não consegui, então me obriguei a ligar o computador e dar as caras com as seguintes palavras:
Resultado: não reagente. 
Aquelas foram as três palavrinhas que iluminaram meu dia após a tempestade que era aquela maldita paranoia de que sim, eu estou grávida sendo que não, eu não estou grávida... Ainda.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Sobre ENEM e a maldita indecisão entre Ciência da Computação, Teatro e Escrita Criativa

Chega um momento em que a gente tem aquela esperança de leve, mas grande parte de nós está: "seja o que Deus quiser... E tomara que ele queira". Eu estava assim antes de ver minha nota no ENEM. Sinceramente? Eu pensei que fosse ir pior, ainda mais não tendo acertado um número "digno" de questões em Matemática, sendo que essa foi a segunda matéria com a melhor nota, ficando somente atrás da redação. Confesso que esperava um 800 ao invés de 720 na redação? Confesso, mas continua sendo uma nota boa se comparada às minhas redações dos anos anteriores, que se quer chegaram no marco dos 600 pontos. Como o esperado, vou tentar o Sisu para Ciência da Computação ou Teatro na UFRGS. Não faço a menor ideia se irei passar, mas não custa nada tentar, não é mesmo? O problema é: e se eu passar? E se eu ingressar em Ciência da Computação/Teatro? Eu não queria ter que escolher entre Ciência da Computação, Teatro e Escrita Criativa de novo. Eu tenho quedas e penhascos por computação, teatro é praticamente o amor da minha vida e a escrita foi uma paixão que eu nutri ao longo dos anos, mas é em momentos como esses que eu me pergunto: o que eu quero para a minha vida? Sem sombra de dúvida, o meu eu de 15 anos responderia Escrita Criativa; mesmo que o meu eu de 17 anos escolhesse Teatro; mas, o meu eu mais recente, de 19 anos, optaria por Ciência da Computação. É estranho pensar o quão eu mudei de opinião nos últimos 5 anos. Espero encontrar uma maneira de superar esse dilema, assim como espero que você esteja tendo um bom final de semana.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Eu sei o que você fez no outono de 2018, Katherine

Em 2018, eu havia rascunhado uma postagem aqui no blog com o seguinte título: "eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida", devidamente inspirado (levemente puxado para o que as pessoas chamariam de "plágio" por eu não ter tido criatividade o suficiente para criar um título original) em Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida, um filme que eu se quer assisti, mas pretendo só porque tem a Clarice Falcão como personagem principal. Basicamente, a postagem trata-se de uma pequena história, uma espécie de conto que eu nunca terminei. Olhando para esse rascunho agora, dois anos depois, sinto que eu queria refletir minha confusão interior naquelas palavras. Afinal, 2018 foi um ano confuso: foi meu último ano do ensino médio, foi o ano em que eu fiz o ENEM para valer, foi o ano em que comecei meu tratamento psiquiátrico e foi o ano em que tentei fazer aquilo. Eu não gosto de falar sobre aquilo porque eu sempre acabo chorando, por mais que seja necessário recapitular os acontecimentos do passado às vezes, mas a resposta é sim, eu tentei fazer aquilosim, eu tentei suicídio; e sim, às vezes eu ainda penso em fazer isso de novo. Nunca pensei que eu, tendo um corpinho tão pequeno e magricelo, carregasse uma dor tão grande e quando eu penso que foram pequenas coisas que fizeram com que esse tsunami de emoções colidisse contra mim, eu automaticamente me julgo alguém que não tem motivos o suficiente para ter depressão. O problema é que eu aprendi que a depressão não escolhe seu hospedeiro: depressão não tem cor, depressão não tem idade, depressão não tem classe e, aos poucos, as pessoas digerem que depressão é uma doença. Meus pais não sabiam lidar com o fato de eu ter depressão. Às vezes eu paro para pensar que até hoje eles não sabem lidar muito bem com isso, já que somente minha avó materna havia apresentado um caso de depressão antes de mim. Acho que posso dizer que eles só levaram isso a sério quando houve a possibilidade de internação. Minha mãe chorou e meu pai a acudiu enquanto eu me questionava o porquê de insistir em permanecer aqui. Eu escrevia bastante porque constantemente me sentia mal, tanto que há relatos em documentos salvos tanto no computador quanto no bloco de notas e aplicativos de escrita no meu antigo celular. Comecei a escrever minha carta em 2018 e eu nunca a terminei porque sabia que quando a terminasse, eu não aguentaria mais. Nela, eu pedia desculpas às pessoas próximas, agradecia pelos ensinamentos, pelas boas memórias, pelos bons sentimentos e declarava minhas últimas juras, sejam elas de amor ou não. Eu pedia desculpa à minha prima, na qual é muito apegada a mim, por não ter sido forte o suficiente para vê-la crescer; eu dizia à minha vó que eu finalmente veria meu vô depois de tanto tempo; eu dizia ao meu pai o quão suas palavras e inúmeros tapas ao longo da vida me machucaram; e tudo aquilo parecia tão normal para mim. Era normal acordar não querendo ter acordado; era normal passar o dia inteiro sem comer simplesmente porque eu não conseguia sair da cama; era normal pensar que a morte seria minha salvação desse inferno que era a vida. Eu me deixei abalar inúmeras vezes: parei de tomar os remédios em um ato de autossabotagem porque me sentia doente ingerindo aquelas pílulas diariamente, já planejei aquilo mais vezes do que posso contar e confesso que tenha recaídas de vez em quando, mas, felizmente, de acordo com Edna Mode, a personagem mais icônica de Os Incríveis: "quem vive de passado é museu, o futuro a gente faz agora". Desde que ultrapassei a marca dos 14 anos, eu passei a viver no passado e eu não conseguia me imaginar futuramente, tanto que há algumas postagens aqui no Indie em que falo sobre meu medo de ingressar no ensino médio e bom, no final das contas, eu acabei sobrevivendo a essa fase da vida e agora estou prestes a dar meu primeiro passo no curso de Escrita Criativa em março de 2020. É estranho pensar que, dentro de dois anos (que parece ser um espaço de tempo tão pequeno), o quão as coisas mudaram: terminei o ensino médio, ingressei no ensino superior, comecei a namorar (algo que eu nunca pensei que fosse acontecer, pelo menos, não nessa idade), tive mais uma oportunidade de dar vida aos mais diversos personagens nos palcos e ainda voltei a dar meu ar da graça na internet, seja reclamando do meu namorado no Twitter ou falando o que penso aqui no blog. Sinceramente, às vezes tenho a impressão de que passei do fundo do poço para o auge da felicidade rápido demais. Sei que esse ápice não vai durar para sempre, mas por enquanto estou aproveitando o máximo que posso e espero que você, que talvez esteja passando por algum momento difícil agora, encontre a luz que precisa para iluminar o seu caminho assim como eu encontrei.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Uma espécie de crise emocional relacionada ao amor

Às vezes eu acho que minhas amigas me acham feliz demais. Acho irônico eu pensar que elas pensam esse tipo de coisa justamente de alguém que toma antidepressivos há quase dois anos. Elas dizem que eu sou iludida; já eu, afirmo que sou romântica. Já fiz essa pergunta aos meus pais e obtive respostas diferentes: meu pai disse que sou iludida e minha mãe disse que sou romântica. Entendo que as mulheres tenham uma visão mais romantizada em relação aos sentimentos, mas dói pensar que sou tachada de iludida. Dentre meu grupo de amigas, sou a única de acredita no amor e, ironicamente, a única que namora. Isso tem alguma coisa a ver? Precisa namorar para acreditar no amor? Acho que não porque eu acreditava no amor antes mesmo de namorar. Desde que eu me lembre, eu sempre acreditei no amor. Desde pequena eu consumo uma gama enorme de conteúdos românticos que nutriram cada vez mais minha crença nesse sentimento. Minha amiga me disse uma vez que nós só ficamos com as pessoas por comodidade; depois disso, eu silenciei o nosso grupo no WhatsApp. Isso fez com que eu pensasse se eu estou com ele por comodidade. Sinto que aquelas palavras foram o gatilho inicial para mais uma visita da minha boa e velha amiga: a crise. É meio louco pensar o quão influente são as palavras daqueles que gostamos, seja para o bem ou para o mal. Agora eu não consigo parar de pensar nisso. Eu não quero ficar com ele porque é cômodo, eu quero ficar com ele porque eu quero ficar com ele, porque eu gosto dele, porque ele gosta de mim, porque nós gostamos um do outro. E aí veio aquela maldita dúvida: "será que ele gosta mesmo de mim?"... E está feita mais uma safra da plantação de paranoias. Depois da nossa primeira briga, a minha insegurança só aumentou, mas eu não gosto de deixar isso transparecer. Ele disse que não tinha como prever que aquilo aconteceria, mas, ao meu ver, era algo que poderia ser impedido. Eu não deveria ter feito aquilo e ele também não. No final, concordo que nós dois erramos e acabamos nos reconciliando, mas eu tenho medo de que algo do tipo aconteça de novo. Eu não quero privá-lo de fazer o que ele quer por ciúmes ou mera insegurança. Gosto de pensar que o amor não é algo na qual se prender, mas, sim, se libertar, então por que impedir alguém que você ama de fazer o que ele quer em nome do "amor"? Isso pode ser chamado de amor? O que é amor? No teatro, tivemos que recitar um soneto de Luís de Camões que dizia: "amor é fogo que arde sem se ver, é ferido que dói, e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer". Demorei um tempo para relembrar quais das inúmeras figuras de linguagem está presente no poema. Eu pensei ser uma antítese, mas mais tarde descobri se tratar de um paradoxo. Paradoxo... O que é um paradoxo? De acordo com o famigerado Google, significa: "pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria; aparente falta de nexo ou de lógica; contradição". Eu não gosto de duvidar do que estou sentindo. Faz com que eu duvide de tudo; faz com que eu me sinta insegura em relação a tudo; faz com que eu queira me isolar no intuito de procurar razão onde se quer existe certeza. Afinal: antítese ou paradoxo?

Agora é sério: vamos falar sobre vegetarianismo e veganismo

Eu parei para pensar aqui: "existiam várias coisas que eu não sabia antes de virar vegetariana que eu só descobri depois de ter virado vegetariano", sem contar o fato de eu já estou cansada de ouvir a frase: "vegetariano e vegano é a mesma coisa" e eu sempre respondo a mesma coisa. Pois bem, meus caros, acomodem-se em seus acentos, pois hoje iremos viajar pelo incrível mundo do vegetarianismo e do veganismo. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Ao meu primeiro amor do ensino médio: uma carta

Querida Mariana,
é estranho começar uma carta com a palavra “querida” porque (1) essa é a segunda carta que eu escrevo em toda a minha vida e (2) eu ainda não sei ao certo o que dizer, mas vamos começar do início.
Nos conhecemos na escola quando eu estava no 1º ano. Minha vida se resumia a estudos, amigos e, claro, a bendita procrastinação.
Preciso confessar que eu me sentia meio sozinha antes de te conhecer. Mesmo que eu tivesse a Bárbara e a Marluce como amigas, eu me sentia sozinha, tanto que 2016 foi o ano em que eu passei a desenvolver a maldita depressão. Além do mais, não sei se você lembra, mas você fez um desenho meu com a minha camiseta de alien e meu colar de pedra com a frase: “você é mais forte do que pensa” e me mandou no Facebook. Eu tenho a foto salva no computador até hoje. Acho que você não sabe, mas uma colega minha com quem eu havia feito amizade mudou para o turno da manhã poucos meses depois de terem voltado às aulas e isso me deixou meio jururu, até que eu conheci você.
Sendo sincera, eu não lembro ao certo o que levou a nos relacionar, mas não posso negar que eu ficava de olho em ti na escola.