Sexta-feira passada eu tive uma crise fodida e, por mais que eu tenha pensamentos ruins rondeando minha mente em breves momentos do meu dia, aquele dia em específico foi difícil para o meu psicológico. Dois dias antes, na quarta-feira de madrugada, eu resolvi "terminar" (não sei se esse é o termo certo para se usufruir, já que eu resolvi finalizar algo que se quer havia começado) com a garota com quem eu estava saindo. Lembro de ter enviado meia dúzia de mensagens para ela, primeiramente perguntando se ela estava ocupada e posteriormente dizendo que eu estava com medo de que acontecesse alguma coisa com ela. No final, ela me ligou e eu comecei a chorar. Foi duro admitir não só para ela como também para mim mesma que eu não gostava dela no sentido amoroso. Eu me senti horrível por não retribuir os sentimentos de alguém quando eu poderia claramente retribuir. No final, ela disse que não gostaria que eu me afastasse dela por causa disso porque eu era muito especial para ela. Até o dia de hoje, não havíamos trocado nenhuma mensagem. Não lembro ao certo o que aconteceu na quinta-feira, mas eu estava bem. Sexta-feira o dia já começou errado porque eu acordei atrasada para ir à psicóloga, porém, enquanto eu me arrumava, eu decidi voltar a dormir e faltar a consulta. Resultado: voltei a dormir ao meio-dia e pouca para acordar às duas da tarde. Minha psicóloga me mandou uma mensagem e eu respondi pedindo desculpas por ter faltado, e foi quando começou tudo aquilo de novo. Eu me deitei na cama e pensei sinceramente em nunca mais me levantar dali. Passei boa parte do meu dia deitada, questionando o porquê da minha existência, até que minha vizinha chegou e eu pensei que eu precisava me salvar antes que eu fizesse algo contra mim mesma. Então resolvi me refugiar na casa da minha vizinha e acabei desabafando com ela. Disse que eu estava triste, disse que eu havia "terminado" com a garota com quem eu estava saindo e disse que queria fazer "aquilo" de novo. Ela se assustou e perguntou o porquê e eu disse que não sabia e, até agora, eu realmente não sei. Fiquei conversando com ela até minha mãe chegar e, pouco depois da minha mãe ter chegado, viemos aqui em casa. Minha mãe fez sopa de lentilha para o jantar e eu nunca me repreendi tanto por ter virado lentilha em cima do fogão e da minha própria mão. No final, voltei para o quarto e chorei tudo o que tinha que chorar no travesseiro. Revirei de um lado para o outro e molhei tanto aquela merda que eu pensei seriamente que aquilo estava meio úmido. Meu pai chegou e perguntou se eu estava mal por causa da garota com quem eu estava saindo e eu disse que não, mas ele acariciou meus fios e disse que nem todos os dias são felizes, assim como nem todos são tristes. No final, ele me trouxe uma garrafa d'água e o comprimido cor-de-rosa que, supostamente, me impede de fazer besteiras. Lembro de ter dormido tarde aquele dia, além de ter acordado cedo no dia seguinte para ir ao cinema ver Vingadores: Ultimato. Hoje senti vontade de fazer "aquilo" novamente. A amiga da minha mãe me repreendeu quando eu disse isso e ela perguntou se eu queria que meus pais ficassem tristes, ou que minha vó ficasse triste, ou qualquer membro da minha família ficasse triste por minha causa. Eu não quero que ninguém fique triste. Eu não quero ficar triste, mas se a vida é tão bela assim, por que ela não me parece tão atrativa assim? No final, eu tive uma crise ou a crise me teve?
No final, somos um amontoado de moléculas unidas formando um organismo complexo. Temos nossos dias ruins, eu sei que você é uma pessoa incrível porque já li vários de seus textos. Enfim, espero que você descubra a resposta se você teve a crise ou a crise te teve, e me conte.
ResponderExcluirPrimeiramente, gostaria de agradecer por cada uma dessas palavras. Elas acalmaram meu coraçãozinho de uma maneira que nem sei como descrever. Mesmo estando aqui há quase 19 anos, eu ainda estou aprendendo a viver um dia de cada vez. E no final das contas, acho que ambas as respostas estão certas: eu tive uma crise ao mesmo tempo em que a crise me teve.
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