domingo, 16 de novembro de 2014

Um café e um amor, por favor

Algo havia me dito que eu deveria ir à cafeteria naquele dia. Não era nada demais eu sentir aquilo ao querer ir á cafeteria; significava apenas que eu precisava de um tempo apenas com meu livro e uma xícara de café quentinha. Me senti aliviada ao entrar em um local quente como a cafeteria ao invés do frio que estava fazendo lá na rua, porém eu gelei ao ver você sentado em uma das mesas. "O que você está fazendo aqui?" essa foi a primeira coisa que veio em mente ao ver você. Não que ele fosse uma pessoa agradável, muito pelo contrário; porém, você era tão desligado que nem iria notar a minha presenta por ali. Me sentei em uma mesa não muito longe da sua. De lá, eu tinha uma bela vista do que você estava fazendo; tomando tranquilamente repentinos goles da bebida negra do qual você tanto amava, e continua amando pelo que sei. A garçonete se aproximou e eu diz meu pedido: apenas um café, uma simples xícara de café. Enquanto a garçonete não voltava junto ao meu pedido, eu fiquei olhando para você: como eu era boba! Ficava lá, parada, feito uma idiota, olhando para você. Essa era uma total perda de tempo na época, mas era um dos melhores modos de perder tempo, na minha opinião. Soltei um longo suspiro ao ver você tomar mais um gole de café, olhando de um lado para o outro como se estivesse sendo seguido, até que você olhou para mim por míseros segundos. Meus olhos se arregalaram e de imediato eu olhei para o meu livro, sorrindo para ele como se você fosse reparar. Quando o café chegou, eu agradeci a garçonete, abri meu livro e mergulhei em meu mundo imaginário. Não sei por quanto tempo aquilo durou, mas quando meu café acabou, eu imediatamente parei de ler. Me levantei, fui até o caixa, paguei meu café e saí. Você ainda estava lá enquanto eu ia embora, você estava escrevendo alguma coisa em um caderno que você não largava nunca. Eu sorri, mesmo você não tendo percebido, e saí da cafeteria deixando você, seu indispensável caderno e tudo mais para trás, voltando ao frio da rua.

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