segunda-feira, 30 de março de 2020

Nunca pensei que fosse dizer isso, mas Billie Eilish estava certa

My strange addiction está tocando repetidamente na minha cabeça desde ontem, mais especificamente a frase: "don't ask questions you don't wanna know". Ironicamente, isso me fez lembrar que uma vez discuti com uma pessoa sobre qual seria o órgão dos sentimentos. Comentei que boa parte das pessoas acreditava ser o coração enquanto eu, após conversar sobre isso com outro amigo, concordei com seu comentário vindo de outro comentário em que a professora dele formada em Psicologia havia dito que o órgão dos sentimentos era o estômago. Minha justificativa era a mesma que ela havia usado: boa parte daquilo que sentimentos era manifestado pelo estômago. Sentimos frio na barriga quando estamos nervosos ou com medo e sentimos um desconforto na região do abdômen quando lidamos com algo que não estávamos esperando. A resposta dessa pessoa foi totalmente diferente: ela disse que acreditava que o órgão dos sentimentos era o cérebro. Eu não havia parado para pensar naquilo e, por um momento, a resposta dela me parecia certeira. Sua justificativa era que nada no nosso corpo acontecia sem que antes passasse pelo cérebro. Se sentimos frio na barriga, era uma resposta direta do nosso cérebro. Por um momento, eu concordei e admiti que não tinha pensando por aquele lado. Contudo, após uma longa discussão na madrugada de hoje, acabo de concluir que acho que tanto o cérebro quanto o estômago são os órgãos dos sentimentos porque eles estão tão fora de ordem que mal consegui comer um potinho de gelatina agora pouco. Aquela discussão me fez pensar sobre mim, sobre ele, sobre nós e sobre tudo aquilo que planejamos e por um momento, eu senti tudo aquilo de novo. Eu senti aquele mesmo sentimento de quatro anos atrás: o sentimento de exclusão, o sentimento de culpa, mas principalmente o sentimento de intolerância. Eu confesso que sempre tive muita facilidade de aceitar como os outros são, afinal, isso não era um problema para mim até a madrugada de hoje. Eu sinto que estou sento intolerante, como se ele, exclusivamente ele, não pudesse ser considerado "diferente". Mas sabe qual é a pior parte? Inicialmente eu não me importei com isso. Eu mergulhei de cabeça, saí das margens e fui até o fundo para saber mais sobre o assunto, o problema é que eu não segui aquela regra. "Não faça perguntas que você não quer saber". Eu não queria saber, mas eu perguntei mesmo assim porque eu pensei que seria justo se eu soubesse tudo o que aconteceu com ele antes de mim, assim como ele sabia de tudo o que aconteceu comigo antes dele. Parece tão fácil "lidar com as coisas" antes de saber com o que estamos lidando. Basicamente, sinto que estou sendo intolerante, mas parece que esse sentimento piora quando se trata de ser intolerante com alguém que amamos. Tudo parece uma questão sem resolução até o momento e espero poder chegar a uma conclusão em breve, assim como espero que você esteja tendo um bom começo de semana.

2 comentários:

  1. oi, kathhi! tudo bom?

    nunca parei pra pensar em qual é o órgão dos sentidos, mas acho que eu chutaria ser o cérebro mesmo, e exclusivamente ele, apesar do estômago fazer sentido também ksjdks mas enfim, acho que entendo esses sentimentos que você descreveu, e espero que teus pensamentos se esclareçam logo, você consiga aceitar o passado dessa pessoa que você ama (ou não, dependendo do que estiver nele) e tudo fique bem

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  2. Olha, estudar psicologia e anatomia me fez compreender que absolutamente nada no nosso corpo é isolado. O organismo funciona como um todo, todos os órgãos fazem uma parte, é como uma orquestra que precisa de todos os instrumentos tocando em sincronia para funcionar. Por isso, jamais reduziria os sentimentos (ou qualquer coisa, aliás) a um órgão apenas. O "órgão dos sentimentos", para mim, seria o organismo inteiro.

    Sobre ser intolerante: infelizmente, às vezes o fato de alguém discordar de nós é levado como uma ameaça, e aí começamos a atacar a pessoa. Não se sinta culpada, isso é uma resposta um tanto quanto natural. O importante é você dar tempo ao tempo pra que você consiga aceitar que a pessoa é diferente e que isso não é nenhum tipo de ameaça.

    Beijinhos!
    Míng Yuè

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